Formas de Militância
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Formas de Militância
Toda aquela conversa de Gramsci sobre hegemonia e contra-hegemonia é capenga diante do poder de penetração que as igrejas evangélicas tem nos bairros brasileiros - ao menos aqui no Rio de Janeiro. E a fórmula delas é bastante simples:
1) Ter uma sede física, um lugar de referência, que movimente pessoas diariamente;
2) Ter um símbolo que a distingua de outras comunidades e, de preferência, alastrar esse símbolo pelo bairro;
3) Investir em pequenas ações filantrópicas.
A organização, seja política ou religiosa, que colocar essa fórmula em prática, absorve uma parcela daquele bairro e consegue o respeito da outra parcela (incluindo aí os elementos marginais locais).
1) Ter uma sede física, um lugar de referência, que movimente pessoas diariamente;
2) Ter um símbolo que a distingua de outras comunidades e, de preferência, alastrar esse símbolo pelo bairro;
3) Investir em pequenas ações filantrópicas.
A organização, seja política ou religiosa, que colocar essa fórmula em prática, absorve uma parcela daquele bairro e consegue o respeito da outra parcela (incluindo aí os elementos marginais locais).
Jonas Ferreira de Souza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/09/2016
Idade : 33
Re: Formas de Militância
O pior que tinha pensando nessa forma de militância, mas pensava só em âmbito religioso, mas se pensarmos bem essa pode ser uma estratégia inicial pros núcleos (com suas ressalvas e levando em conta as condições). Dá até pra pensar nessa forma de ativismo em universidades.
Jonas Ferreira de Souza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/09/2016
Idade : 33
Re: Formas de Militância
Temos que aprender com as igrejas e missões religiosas (especialmente as católicas, espíritas e protestantes): presença filantrópica é essencial para que um movimento como o Avante possa crescer.
Temos que nos comunicar diretamente com as classes economicamente menos favorecidas (das quais somos parte - ao menos a maioria de nós). Sanar, mesmo que remediando e temporariamente, as necessidades mais emergenciais dos trabalhadores.
Doações de alimentos e roupas são projetos mais viáveis (falei algo disso com o camarada Idelmino) e menos custosos. Mas podemos pensar, em médio e longo prazo, em ações como ocupação e reforma de edificações abandonadas para pessoas sem moradia (havia um projeto assim no RJ, com os camaradas Jonas e Rafael), abrigos para animais, centros comunitários de treinamento e esportes, auxílio para gestantes (e apoio para mulheres em situação de aborto), entre outras coisas.
Na Itália, um bom exemplo no qual podemos nos inspirar é o movimento CasaPound: começaram pequenos, meia dúzia de camaradas, e hoje já mantêm creches, moradias populares, centros de esporte, locais de convívio, centros comunitários, etc.
Nós precisamos ter presença física, constante e atuante. No Brasil, só quem faz isso (e bem feito) são os trabalhos religiosos. Partidos políticos não fazem mais isso; movimentos "sociais" formados por drogadictos de DCE têm nojo à filantropia (esses "marxistas" consideram isso como "alienação burguesa" - querem que o pobre morra de fome até que a "Revolução" chegue).
Só temos dois exemplos a seguir: o desses projetos religiosos bem-sucedidos, ou o desses movimentos e partidos falidos e fracassados.
Precisamos começar algo, e deve ser logo.
Deem ideias.
Temos que nos comunicar diretamente com as classes economicamente menos favorecidas (das quais somos parte - ao menos a maioria de nós). Sanar, mesmo que remediando e temporariamente, as necessidades mais emergenciais dos trabalhadores.
Doações de alimentos e roupas são projetos mais viáveis (falei algo disso com o camarada Idelmino) e menos custosos. Mas podemos pensar, em médio e longo prazo, em ações como ocupação e reforma de edificações abandonadas para pessoas sem moradia (havia um projeto assim no RJ, com os camaradas Jonas e Rafael), abrigos para animais, centros comunitários de treinamento e esportes, auxílio para gestantes (e apoio para mulheres em situação de aborto), entre outras coisas.
Na Itália, um bom exemplo no qual podemos nos inspirar é o movimento CasaPound: começaram pequenos, meia dúzia de camaradas, e hoje já mantêm creches, moradias populares, centros de esporte, locais de convívio, centros comunitários, etc.
Nós precisamos ter presença física, constante e atuante. No Brasil, só quem faz isso (e bem feito) são os trabalhos religiosos. Partidos políticos não fazem mais isso; movimentos "sociais" formados por drogadictos de DCE têm nojo à filantropia (esses "marxistas" consideram isso como "alienação burguesa" - querem que o pobre morra de fome até que a "Revolução" chegue).
Só temos dois exemplos a seguir: o desses projetos religiosos bem-sucedidos, ou o desses movimentos e partidos falidos e fracassados.
Precisamos começar algo, e deve ser logo.
Deem ideias.
Re: Formas de Militância
Eu não seria tão esperto assim, mas se é que é bem óbvio,Jean Carvalho escreveu:Creio que vi algo do tipo no perfil do Isaque Santos.
Jonas Ferreira de Souza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/09/2016
Idade : 33
Re: Formas de Militância
Como exemplo: Numa universidade, como aplicar esse modelo? Poderia ser dando aulas de reforço aos alunos que vêm de cotas.
Jonas Ferreira de Souza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/09/2016
Idade : 33
Re: Formas de Militância
Me parece que a única dificuldade ai é conseguir uma sede física.
Deivid- Mensagens : 4
Data de inscrição : 21/09/2016
Re: Formas de Militância
Observar seu bairro e ver o quê caberia de fazer com as forças que tem. Por exemplo, meu bairro é de classe média, mas tem inúmeras favelas e algumas casas abandonadas então seria mais jogo começar ações sociais nas favelas e quando tiver gente tentar ocupar uma casa. Daí em diante seriam outras etapas como juntar forças com outros movimentos do bairro.
Jonas Ferreira de Souza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/09/2016
Idade : 33
Re: Formas de Militância
Deivid é importante, mas creio que a maior importância no momento é ter mais gente pra pensar ações como uma ocupação e etc.Deivid escreveu:Me parece que a única dificuldade ai é conseguir uma sede física.
Jonas Ferreira de Souza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/09/2016
Idade : 33
Re: Formas de Militância
Uma sede física pode ser algo inviável por agora.
Mas, é algo a se planejar para um futuro próximo. Até lá, a simples doação de mantimentos já é extremamente válida.
Mas, é algo a se planejar para um futuro próximo. Até lá, a simples doação de mantimentos já é extremamente válida.
Re: Formas de Militância
O único ponto que me incomoda é o seguinte: É fazer essas doações como fixas no calendário, mas trabalhar outras ações além dessas? Deu pra entender?
Jonas Ferreira de Souza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/09/2016
Idade : 33
Re: Formas de Militância
"Presença física" é algo que pode ser efetivado por mais de um modo:
1- Uma sede física
Garantir um espaço físico para assegurar uma presença mais visível, "estável" e "centralizada"; a sede não é um fim em si mesma, mas sim um meio - é o local de planejamento para as ações e de onde as atividades devem fluir, tendo como centro de atuação a rua, o quarteirão, o bairro. Ela deve ser ativa num raio geográfico próximo (a vizinhança).
Pode ser um espaço alugado ou comprado - o que pode sair caro; mas também um lugar abandonado e ocupado pelos camaradas, mesmo que temporariamente (ou, dependendo do caso, pode frutificar numa sede fixa). Há meios legais para se fazer isso, e a ocupação é relativamente um modo gratuito de efetivar uma sede (conquest/spoil/loot).
2- Cartazes/banners/material gráfico em geral
Criar uma identidade visual e divulgar essa identidade pela cidade. É o método relativamente mais fácil e barato, mas, pelo que experimentei, o menos eficiente (sem contar que a maioria dos municípios considera como crime colar esse tipo de material em espaço público ou privado sem consentimento prévio).
O objetivo é atrair a atenção dos transeuntes para a mensagem contida no material (o que raramente é efetivado)
3- Presença pessoal
A presença pessoal pode ser efetivada tanto numa sede física quanto na colagem de cartazes; mas aqui deve ser vista pelo caráter mais dinâmico: realizar treinos físicos, atividades, esportes, grupos de estudo, qualquer atividade ao ar livre e que seja visível a todos.
Não devem ser realizadas em locais ermos ou pouco movimentados, já que o ideal é atrair a atenção das pessoas para o grupo praticando um exercício qualquer. Grupos de pessoas chamam mais atenção do que membros isolados, e a atividade em curso transmite uma ideia mais concreta de "ação", o que não é efetivado numa sede sem movimentação ou pela colagem de cartazes.
1- Uma sede física
Garantir um espaço físico para assegurar uma presença mais visível, "estável" e "centralizada"; a sede não é um fim em si mesma, mas sim um meio - é o local de planejamento para as ações e de onde as atividades devem fluir, tendo como centro de atuação a rua, o quarteirão, o bairro. Ela deve ser ativa num raio geográfico próximo (a vizinhança).
Pode ser um espaço alugado ou comprado - o que pode sair caro; mas também um lugar abandonado e ocupado pelos camaradas, mesmo que temporariamente (ou, dependendo do caso, pode frutificar numa sede fixa). Há meios legais para se fazer isso, e a ocupação é relativamente um modo gratuito de efetivar uma sede (conquest/spoil/loot).
2- Cartazes/banners/material gráfico em geral
Criar uma identidade visual e divulgar essa identidade pela cidade. É o método relativamente mais fácil e barato, mas, pelo que experimentei, o menos eficiente (sem contar que a maioria dos municípios considera como crime colar esse tipo de material em espaço público ou privado sem consentimento prévio).
O objetivo é atrair a atenção dos transeuntes para a mensagem contida no material (o que raramente é efetivado)
3- Presença pessoal
A presença pessoal pode ser efetivada tanto numa sede física quanto na colagem de cartazes; mas aqui deve ser vista pelo caráter mais dinâmico: realizar treinos físicos, atividades, esportes, grupos de estudo, qualquer atividade ao ar livre e que seja visível a todos.
Não devem ser realizadas em locais ermos ou pouco movimentados, já que o ideal é atrair a atenção das pessoas para o grupo praticando um exercício qualquer. Grupos de pessoas chamam mais atenção do que membros isolados, e a atividade em curso transmite uma ideia mais concreta de "ação", o que não é efetivado numa sede sem movimentação ou pela colagem de cartazes.
Re: Formas de Militância
Acredito que, nas circunstâncias atuais, a terceira modalidade (presença pessoal) seja a melhor, mas podemos planejar ações no âmbito da segunda modalidade (ocupação de espaços abandonados, para transformá-los em sede).
Re: Formas de Militância
Jean Carvalho escreveu:Acredito que, nas circunstâncias atuais, a terceira modalidade (presença pessoal) seja a melhor, mas podemos planejar ações no âmbito da segunda modalidade (ocupação de espaços abandonados, para transformá-los em sede).
Acho que ai em São Paulo seja mais fácil de se conseguir um local abandonado, há aos montes pela cidade.
Deivid- Mensagens : 4
Data de inscrição : 21/09/2016
Re: Formas de Militância
Quanto as ações de caridade: pretendo entrar em contato com orfanatos, creches, asilos etc. aqui de Goiânia para saber como posso ajudar. Dai posso fazer uma campanha aqui na universidade, com o objetivo de arrecadar alimentos e quem sabe roupas. Eu mesmo não tenho como contribuir, mas se organizar direitinho posso conseguir pessoas que podem ajudar e assim criar uma espécie de filial do Avante aqui em Goiânia para obras de ações filantrópicas.
Deivid- Mensagens : 4
Data de inscrição : 21/09/2016
Re: Formas de Militância
Caso não possamos angariar alimentos e agasalhos, talvez dê pra organizar um kickstarter e coletar dinheiro pra ajudar alguma instituição de caridade. É pouco mas já é alguma coisa.
Neto- Mensagens : 14
Data de inscrição : 18/09/2016
Idade : 31
Re: Formas de Militância
Neto, crowndfunding pode ser uma boa ideia, mas já tentei algo do tipo e os resultados nunca foram bons. Entretanto, creio que a ideia pode valer a pena se for melhor organizada (não divulguei da forma adequada nas vezes em que tentei).
Re: Formas de Militância
Me parece uma boa idéia quando você já é conhecido em algum meio ou tem uma idéia muito foda.Jean Carvalho escreveu:Neto, crowndfunding pode ser uma boa ideia, mas já tentei algo do tipo e os resultados nunca foram bons. Entretanto, creio que a ideia pode valer a pena se for melhor organizada (não divulguei da forma adequada nas vezes em que tentei).
Jonas Ferreira de Souza- Mensagens : 21
Data de inscrição : 22/09/2016
Idade : 33
Re: Formas de Militância
Jonas, isso ajuda muito; mas há bons exemplos de campanhas bem-sucedidas feitas por pessoas anônimas.
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