Análises acerca do movimento Zapatista no México

Dos movimentos contemporâneos, o Movimento Zapatista é um dos que certamente merecem considerações especiais da nossa parte. É um autêntico movimento campesino, popular e trabalhista, de defesa autônoma e anti-globalista. São os herdeiros dos ideais de Emiliano Zapata, opositor do regime latifundiário no México.

Em 1 de janeiro de 1994, o Movimento Zapatista ganhou notoriedade ao fazer demonstrações de força, empunhando armas e gritando contra o NAFTA (o acordo de livre comércio das Américas, um acordo de vassalagem dos países latinos perante os Estados Unidos).

Os zapatistas se opõe à concentração de terras, defendem a gestão autônoma das terras, participação direta e ativa do povo na vida política e nas questões, além do compartilhamento coletivo da terra e das produções obtidas através dela.

Eles se opõe ao governo federal corrupto e vassalo do México e ao narcotráfico.

Que considerações podemos tirar dos zapatistas? Que lições podemos aprender com eles, para o Brasil?

Já li algumas coisas sobre o movimento. Umas das mais importantes, é que eles , por incrível que pareça, não possuem o domínio do debate da questão agrária no México. Existe outros movimentos e partidos que compartilha o debate. O motivo de achar isso importante, é que o movimento não se funde com um partido ou um governo como o nosso MST. Uma das maiores críticas que tenho ao MST é justamente o extremo domínio que possuem sobre o debate, bem como ter se transformado em uma extensão do PT. Gosto muito do Stédile, mas ele vem com uma defesa muito exagerada ao PT, e na minha opinião, não correspondida.